O milho constitui, no nosso contexto agrícola, a mais importante cultura arvense, e é destacadamente, a que mais explorações agrícolas envolve, estimando-se o seu número em mais de 75.000 unidades produtivas e ocupando cerca de 150.000 hectares de área cultivada, de Norte a Sul do país. É, sem dúvida, no momento actual, a mais “nacional” das culturas arvenses.
Quer associada à produção de silagem, quer à produção de grão, a cultura do milho afirma-se hoje como um dos casos demonstrativos das potencialidades produtivas da agricultura portuguesa de regadio, gerando, a montante e a jusante, importantes contributos para a vitalidade das economias regionais e nacional.
A cultura do milho aparece, em Portugal, intimamente ligada ao regadio, aproveitando as potencialidades edafo-climáticas que o posicionamento geográfico proporciona, mas também porque esta localização torna a rega um contributo imprescindível ao desenvolvimento vegetativo da cultura.
As sementeiras de milho iniciam-se no final do Inverno, alongando-se por toda a Primavera, quase sempre em solo fracamente provido de cobertura, que esteve submetido, durante um largo período, à acção dos agentes climáticos, nomeadamente chuva.
Como cultura regada, e dada a inevitabilidade do trânsito de máquinas durante o ciclo cultural, há alguns riscos de degradação da estrutura do solo.
Por se tratar de uma cultura em linhas, aumentam ainda os riscos de escorrimento e de deterioração da estrutura do solo, por acção da água, quer da chuva, quer da rega, mesmo nas fases do ciclo em que a vegetação já é abundante.
Os inconvenientes acima enunciados aumentam com a frequência com que a cultura entra na rotação e assumem uma importância acrescida quando o milho é feito em monocultura.
Acresce ainda que o milho é uma planta particularmente sensível aos defeitos da estrutura do solo (zonas compactadas, etc.), nomeadamente no período de crescimento das raízes. Assim, um enraizamento limitado em profundidade e densidade conduzirá a uma reduzida acessibilidade das plantas à água e aos nutrientes. É, portanto, indispensável preservar o solo na sua fertilidade e limitar ao máximo os riscos de perdas de água e nutrientes por escoamento superficial e subterrâneo, factor passível de contaminação das águas:
· lutando contra a erosão nos solos mais frágeis;
· mantendo, tanto quanto possível, os teores de matéria orgânica;
· assegurar um bom arejamento do solo, que promova bons níveis de actividade biológica.
As técnicas de sementeira directa ou de mobilização na zona têm tido nos últimos anos um desenvolvimento significativo na cultura do milho, em Portugal e a nível mundial tendo-se obtido resultados bastante interessantes que importa avaliar e acompanhar.
2. PRÁTICAS ACONSELHADAS:
· Em solos declivosos, e no caso das parcelas o permitirem, lavrar e semear seguindo a orientação das curvas de nível, de forma a lutar contra a erosão;
· Em solos arenosos, podem retardar-se o mais possível as lavouras, pois a vegetação espontânea, à superfície, reduz significativamente a erosão;
· Praticar mobilizações profundas sem reviramento da leiva, quando necessário, tendo em vista a destruição de zonas compactadas no perfil cultural;
· Limitar as passagens de máquinas em solos pesados, ou, não sendo possível, precaver os seus efeitos utilizando equipamento adequado (duplo rodado no tractor, por exemplo);
· Encurtar o período que medeia entre a preparação final do solo e a sementeira, para obviar a perdas de humidade, na cama de sementeira;
· Enquadrar a sementeira com a evolução da temperatura do solo, semeando o mais cedo possível.
3. PRÁTICAS A EVITAR:
· Evitar intervir no solo quando o teor de humidade é propício a fenómenos de compactação;
· Evitar cair na tentação de esmiuçar excessivamente a camada superficial, em solos de reduzida estabilidade estrutural. O risco de formação de crosta superficial existe e as emergências podem tornar-se deficientes.
O azoto, pela mobilidade que apresenta no solo, é um nutriente cuja gestão se torna mais difícil, particularmente pela irregularidade das condições edafo-climáticas portuguesas.
Dado o comportamento biogeoquímico do azoto, a sua gestão no sistema solo-cultura ou solo-rotação de culturas, é algo difícil de realizar com segurança. Por um lado, é praticamente impossível determinar com rigor a quantidade deste nutriente que um determinado solo é capaz de fornecer a uma dada cultura, ao longo do seu período de vegetação activa, e, daí, a dificuldade de calcular o montante adequado de azoto a aplicar através da fertilização. Por outro, o conjunto de transformações a que os compostos azotados estão sujeitos num solo normal conduz à formação de nitratos, altamente solúveis e sem capacidade para serem retidos no complexo de adsorção do solo e, por isso, facilmente arrastados nas águas de escoamento superficial e nas águas de percolação, perdendo-se, assim, para a produção agrícola e, pior que isso, contribuindo para a poluição das águas superficiais e das águas subterrâneas.”
Para além dos fertilizantes minerais, a cultura do milho tem à sua disposição azoto proveniente da mineralização dos resíduos da cultura anterior e ainda o que é libertado pela mineralização da matéria orgânica do solo. No caso de se efectuar a distribuição de efluentes orgânicos, é ainda necessário ter em consideração o azoto libertado, mais ou menos rapidamente, por estes produtos.
A análise da evolução das necessidades da planta em azoto entre o fase das 10 folhas e a floração feminina (sensivelmente 2 meses), mostra que a cultura do milho está então particularmente apta a tirar partido do azoto disponível no solo, dado que o consumo neste período corresponde a cerca de 70% das suas necessidades. Passado este período, a capacidade da planta para absorver azoto diminui, não tirando partido de um teor elevado deste nutriente no solo.
Mesmo que a cultura do milho não seja prejudicada pelo excesso de azoto no solo, a fertilização em excesso aumenta significativamente os riscos de poluição das águas por lixiviação dos nitratos, para além dos acréscimos que implica, nos custos de produção e na susceptilidade a doenças e pragas.
Por razões económicas e ambientais, a fertilização azotada deve ser racional, obrigatoriamente adaptada às necessidades da cultura e à capacidade de disponibilização de azoto pelo solo.
Nesta ordem de ideias, a adubação azotada deve ser estimada à partida e, se possível, acompanhada com correcções ao longo do ciclo cultural.
2. CÁLCULO DA QUANTIDADE TOTAL DE AZTO A APLICAR:
O método do balanço azotado, acompanhado por dados da experiência local, ainda constitui hoje a base mais recomendável para o cálculo da adubação azotada do milho.
A aplicação desta metodologia toma em consideração os seguintes aspectos:
· Necessidades de azoto da cultura do milho - com um carácter previsional, tendo em conta o objectivo de produtividade, que deve estar de acordo com as características da parcela, as condicionantes tecnológicas, as disponibilidades de água e a potencialidade climática da região;
· Fornecimento de azoto à cultura do milho a partir do solo - depende essencialmente da quantidade e natureza dos resíduos deixados no ano anterior, da mineralização da matéria orgânica, dos efeitos da aplicação de fertilizantes orgânicos e do precedente cultural;
· Coeficiente de utilização do azoto aplicado no ano em causa, quer através de fertilizantes minerais, quer orgânicos - o valor deste coeficiente é variável. O fraccionamento adequado, as características físico-químicas do solo, a forma de aplicação do fertilizante e a condução da rega, devem ser factores a ponderar para uma melhoria na utilização do azoto disponível;
· O aumento da mineralização das formas orgânicas de azoto no solo devido à rega;
· O fornecimento de azoto originariamente contido nas águas de rega.
3. AS DIFERENTES FASES DO CICLO CULTURAL E O CONSUMO DE AZOTO:
O ritmo de absorção do azoto varia ao longo do ciclo cultural do milho da seguinte forma:
· Até ao fase das 8-10 folhas, as necessidades são diminutas (menos de 10% do total absorvido), pois as raízes estão pouco desenvolvidas e o solo liberta pouco azoto (devido às temperaturas mais baixas registadas nesta fase do ciclo que retardam a mineralização);
· A partir das 10 folhas e até ao escurecimento das barbas, a absorção é muito intensa (60 a 70% do total absorvido);
· Durante o enchimento do grão, a absorção torna a ser mais baixa (20 a 30% do total absorvido).
Durante o período da Primavera e Verão, o milho beneficia da coincidência entre período mais quente do ano, em que ocorre uma mineralização mais intensa do azoto, e o período em que as suas necessidades de absorção de azoto são mais elevadas.
Em situações em que a mineralização ocorre precocemente (Março/Abril) sem que o milho tenha ultrapassado a fase das 10 folhas, logo sem absorções significativas, existem riscos de poluição das águas por lixiviação, se as chuvas Primaveris forem abundantes. Nestes casos, convém reduzir as quantidades fornecidas em cada adubação, fraccionando-a o mais possível ou utilizar formas de azoto de disponibilização mais lenta.
4. PRÁTICAS ACONSELHADAS:
4.1) Fraccionar a adubação:
· 30 a 50 unidades antes ou imediatamente após a sementeira;
· a restante parte do azoto deve ser aplicado entre as 6 e 8 folhas, numa adubação localizada na entrelinha. Se esta aplicação não for enterrada, é possível fazê-la através de uma distribuição à superfície com nitrato de amónio ou ureia. Deve ser evitado o contacto do adubo azotado com as folhas, pois originam-se queimaduras e consequente redução da área foliar.
É aconselhável fazer uma mobilização do solo a seguir a esta aplicação para evitar as perdas por volatilização (no caso da ureia) e também para que a eficiência do azoto aplicado não seja diminuída. Desde que haja equipamentos que o permitam, é possível aplicar 40 a 50 kg N/ha dissolvidos na água das primeiras regas (fertirrigação).
· Definir um objectivo de produtividade acessível a partir dos rendimentos já verificados na parcela anteriormente:
Por exemplo, se dispuser de 5 anos de referência, poder-se-à considerar como produtividade acessível a terceira maior já verificada. Quando da aplicação de azoto, na fase das 6 a 8 folhas, ajustar-se-à o objectivo de produtividade da seguinte forma:
· aumentando-o, se as condições são muito favoráveis (uma germinação muito boa, parâmetros climáticos favoráveis, etc....), sem todavia ultrapassar o valor da maior produtividade dos cinco anos de referência;
· diminuindo-o, se as condições são desfavoráveis (número insuficiente e irregular de plantas por hectare, disponibilidades de água limitadas, má estrutura do solo, mau estado sanitário das plantas, etc.).
· Determinar as necessidades globais de azoto da cultura, a partir
da relação expedita entre as necessidades em kg de azoto por 1.000 kg (1 tonelada) de grão produzido (no caso de silagem, em kg de azoto por 1.000 kg -1 tonelada- de matéria seca), multiplicado pelo objectivo de produtividade determinado.
Quando a cultura se destina à produção de grão, as normas gerais a reter, relativamente às necessidades em azoto, são as seguintes:
· 22 kg de azoto por 1.000 kg de grão (a 14,5% de humidade), para produtividades inferiores a 10.000 kg/ha;
· 21 kg de azoto por 1.000 kg de grão (a 14,5% de humidade), para produtividades entre 10 e 12.000 kg/ha;
· 20 kg de azoto por 1.000 kg de grão (a 14,5% de humidade), para produtividades superiores a 12.000 kg/ha.
Quando a cultura se destina à produção de silagem, as normas gerais a reter são as seguintes:
· 13 kg de azoto por 1.000 Kg de matéria seca, para produtividades inferiores a 18.000 kg de matéria seca/ha;
· 12 kg de azoto por 1.000 Kg de matéria seca, para produtividades superiores a 18.000 kg de matéria seca /ha.
· Tomar em consideração as disponibilidades do solo: devem ser tidas em consideração as referências técnicas locais, isto é, se existirem dados disponíveis relativos a ensaios efectuados na região, deverão ser tomados em consideração os fornecimentos de azoto medidos em parcelas testemunha (nas quais não se verificou qualquer adição deste nutriente). Consegue-se assim chegar a valores tipo para cada situação.
Na falta de um método de determinação rigorosa da quantidade de azoto que o solo é capaz de disponibilizar à cultura do milho, estima-se que, em média, para Portugal a quantidade de azoto mineral disponível anualmente será da ordem de:
· cerca de 20 kg N/ha por cada unidade percentual de matéria orgânica da camada arável, para solos de textura fina;
· cerca de 30 kg N/ha por cada unidade percentual de matéria orgânica da camada arável, para solos de textura grosseira.
· Estimar o coeficiente de utilização aparente dos adubos minerais.
Através de estudos realizados em França, foi concluído que quanto mais tarde forem aplicados os fertilizantes minerais, melhor decorre a utilização pelas plantas de milho (coincidência entre a fase de aplicação e correspondente disponibilidade no solo e a época de maiores necessidades de absorção pela cultura).
Em média, 80% das quantidades de azoto fornecidas pelo adubo, se na forma mais apropriada, são utilizadas pela cultura, no caso da aplicação ocorrer na fase de 6 a 8 folhas.
· No caso da cultura ser regada, ter em conta as quantidades de azoto fornecidas pela água de rega, até ao escurecimento das barbas da maçaroca. Por exemplo, 20 regas de 30 mm (litros/m2), com uma água que contenha 30 mg de nitratos por litro, fornecerão cerca de 40 kg de azoto (N) por hectare.
· Avaliar as quantidades de azoto aplicadas através dos fertilizantes orgânicos.
· Importa conhecer o volume, quantidade e frequência das aplicações. O valor do coeficiente de utilização do azoto amoniacal dos chorumes é sensivelmente o mesmo dos adubos minerais. Assim, para a determinação das quantidades a aplicar de um chorume de porco, por exemplo, basta ter em consideração o seu teor em azoto amoniacal. Nas aplicações de fertilizantes orgânicos, e sobretudo de estrumes, nunca se devem negligenciar os efeitos secundários acumulados de adubações anteriores, pois a transformação de azoto orgânico em formas absorvíveis pelas plantas é normalmente um processo lento e progressivo. Pode até acontecer, em casos de fortes fertilizações orgânicas, que o azoto utilizável que esteja no solo, proveniente de aplicações de estrume de anos anteriores, seja superior ao disponibilizado a partir da aplicação de fundo desse mesmo ano.
· Para a aplicação de chorumes em adubação de fundo, a utilização simultânea de um retardador de nitrificação permite uma melhor valorização do azoto para a cultura do milho.
· Assegurar uma regulação adequada das máquinas de distribuição.
· Vigiar a uniformidade do espalhamento, controlando as regulações do material utilizado, particularmente quando se aplicam fertilizantes orgânicos (chorumes e estrumes);
· Enterrar o chorume na entrelinha, se a aplicação ocorrer após a germinação das plantas;
· Escolher boas máquinas de distribuição e fertilizantes de qualidade.
5. PRÁTICAS A EVITAR:
· Evitar apontar sistematicamente para o mesmo objectivo de produtividade, não adaptando a fertilização ao efectivo potencial produtivo das parcelas, e mesmo dentro da mesma parcela;
· Evitar apontar para a produtividade mais elevada, esquecendo as restrições existentes, nomeadamente as tecnológicas;
· Não ter em conta os eventuais acidentes que ocorram até ao fase das 6 folhas, para modular as adubações seguintes e não rever em baixa os objectivos de produtividade;
· Subestimar as quantidades de azoto fornecidas pelo solo e pelos fertilizantes orgânicos;
· Evitar aplicar todo o azoto à sementeira, ao invés de um fraccionamento de acordo com o ritmo de absorção da planta de milho;
· Evitar contar com o azoto para ultrapassar todos os acidentes ou erros de condução da cultura;
· Evitar considerar as parcelas de milho como as únicas passíveis de receber chorumes, estrumes e lamas de depuração;
· Evitar aplicar doses de adubação orgânica conducentes a fornecimentos totais de azoto superiores às necessidades da cultura do milho, mesmo não aplicando fertilizantes minerais;
· Na fase de 6 a 8 folhas, evitar aplicar chorumes a lanço sem realizar de seguida uma operação de enterramento do adubo - as perdas por volatilização ou escorrimento podem ser muito importantes;
Entre duas culturas principais, no período interculturas, o teor de nitratos presente no solo varia consoante as condições climáticas do ano, a sucessão de culturas na parcela e as práticas culturais empregues.
O processo de mineralização decorre naturalmente, desde que as condições sejam favoráveis (humidade e temperatura do solo). No Outono, a mineralização continua a decorrer, pois ainda há condições de temperatura e humidade suficientes, embora nesta época do ano as culturas tenham a sua capacidade de absorção de azoto muito diminuída.
Uma parte do azoto disponível no solo provém do azoto aplicado na fertilização, que não foi absorvido pela cultura. Este facto é possível, mesmo se a adubação tenha sido calculada racionalmente. Uma das causas possíveis para esta presença de azoto nítrico no solo são as condições climatéricas verificadas ao longo do ciclo cultural do milho, que podem ter influenciado negativamente a produtividade em relação aos objectivos iniciais.
Os sistemas culturais, que incluem a aplicação de grandes quantidades de matéria orgânica, geram, por mineralização, fluxos de azoto em quantidades importantes fora dos períodos de maior absorção pelas culturas. Este azoto, assim transformado em nitratos, pode ser lixiviado no Outono, Inverno ou mesmo na Primavera seguinte.
Para limitar este risco, é conveniente que, em caso de períodos interculturas longos, se assegure uma boa gestão dos resíduos da cultura e que o período de solo nu, durante o Inverno, seja o mais curto possível.
2. PRÁTICAS ACONSELHADAS:
· Em parcelas que se possam intitular “de risco” (pela natureza do seu solo, pelos teores de nitratos presentes após a colheita do milho), implantar uma cultura de Inverno logo após a saída do milho, se for possível;
· Antes da entrada do milho na parcela, é recomendável recorrer a culturas intercalares com consumos elevados de azoto. Nem sempre é possível recorrer a esta técnica pois, por vezes, a colheita do milho é demasiado tardia e não permite um desenvolvimento suficiente da cultura intercalar ou existem outros entraves que impedem a instalação da cultura;
· Desde que a cultura intercalar seja possível, a sua sementeira deve ser realizada precocemente, o que normalmente pode ocorrer se a cultura do milho que a precede for destinada a silagem. O coberto vegetal implantado deve ser destruído suficientemente cedo (Fevereiro), para que as reservas do solo em água não sejam muito afectadas pelos consumos desta cultura.
3. PRÁTICAS A EVITAR:
· Evitar semear milho nas parcelas da exploração que apresentam mais riscos para as águas (perto de linhas de água, parcelas com forte inclinação, solos muito permeáveis);
· Evitar aplicar azoto mineral na cultura intercalar ou depois do enterramento dos caules;
· Evitar destruir tardiamente a cultura intercalar.
O regadio surge, na generalidade das condições edafo-climáticas do nosso país, como a única forma de ultrapassar a característica irregularidade pluviométrica (entre anos diferentes e ao longo do mesmo ano) e tirar partido do potencial de temperaturas e insolação de que dispomos, desde o período primaveril até ao final do Verão.
Na cultura do milho, o pleno aproveitamento das potencialidades e minimização dos condicionantes negativos, implica, na maior parte do contexto climático português, uma opção pelo regadio, que permite à planta uma expressão produtiva elevada e a desejada competitividade do seu cultivo.
1. CONCEITOS GERAIS:
O milho ocupa o primeiro lugar entre as culturas arvenses regadas em Portugal.
Com a rega, o produtor dispõe de uma importante ferramenta para tornar regular a produção das suas culturas, na condição de a gerir de uma forma correcta.
A cultura do milho é sensível ao stress hídrico a partir da fase das 10 folhas e até à fase caracterizada pelo estado pastoso do grão.
Se ocorrer “stress” durante o período de floração, o número de flores por espiga diminui e a sua fecundação é afectada, originando um menor número de grãos por m2.
Se ocorrer “stress” mais tardiamente, na fase de enchimento do grão, o peso médio dos grãos diminui.
A rega permite reduzir a variação interanual das produtividades, o que facilita o estabelecimento de uma conta de cultura previsional bastante aproximada da realidade e também uma aplicação de fertilizantes azotados adequada às necessidades da cultura:
· As necessidades de água da cultura do milho dependem das condições climáticas e o seu fornecimento pode ser planeado de modo a valorizar ao máximo os recursos de água disponíveis;
· A rega bem conduzida melhora a eficiência da adubação azotada. Um fornecimento de água correcto promove a absorção do azoto disponível (proveniente da mineralização da matéria orgânica e dos fertilizantes) e a sua utilização eficaz no fabrico de matéria seca, permitindo produtividades ao nível dos objectivos propostos.
Se as características do solo forem bem conhecidas e o objectivo de produtividade estabelecido de forma realista, a rega permite gerir a adubação azotada, limitando os teores residuais de azoto no solo na altura da colheita.
· Uma cultura bem regada assegura uma disponibilização regular do azoto existente no solo durante a Primavera e o Verão. No entanto, uma má gestão da rega pode implicar dois riscos em relação à utilização do azoto, o primeiro inerente à lixiviação e perdas por escorrimento e o segundo, directamente decorrente deste, relacionado com o não atingir do objectivo de produtividade esperado.
É, pois, conveniente conhecer e dominar bem a situação, de forma a minimizar as perdas de nitratos devidas à infiltração excessiva e aos escorrimentos.
É particularmente necessário definir com rigor:
· A dotação de rega - função das condições de solo;
· As necessidades de água - função do clima, da produtividade esperada e do fase de desenvolvimento da cultura;
· As datas de início e de fim da rega - o desencadeamento ou uma paragem da rega demasiado precoce ou demasiado tardia podem provocar riscos, quer de lixiviação, quer de “stress” hídrico, penalizadores da produtividade a obter. A fixação da data de início e fim da rega deve ser estabelecida localmente, de acordo com as variedades de milho cultivadas, com o tipo de solo, e com o decorrer climático do ano.
· O objectivo de produtividade - deve estar baseado numa referência local, de modo a poderem definir-se produtividades coerentes com as potencialidades do solo, as disponibilidades de temperatura, as capacidades do sistema de rega e as disponibilidades hídricas do ano.
A rega é uma prática complexa, pois as quantidades correctas de água a fornecer ao solo e à cultura do milho, estão muito dependentes do modo como decorre o ano climaticamente (insolação, radiação, precipitação, etc…) e são, por isso, muito variáveis ano a ano.
O equipamento de rega terá que estar dimensionado de acordo com as necessidades da cultura, e adaptado a outras condicionantes ligadas às características do solo onde está implantado. A conjugação destes elementos, implica que os conselhos de rega a dar aos produtores de milho, devam ser baseados num conhecimento do solo e clima locais, e também em referenciais já existentes.
2. PRÁTICAS ACONSELHADAS:
· Estabelecer, consoante a origem da água (subterrânea ou superficial) e
a sua disponibilidade, uma estratégia de rega:
· se houver limitação de volume: estabelecer um calendário previsional enquadrando as fases mais sensíveis, fazendo recurso à utilização de contadores (conhecer os volumes aplicados face aos volumes previsivelmente disponíveis);
· se o débito (caudal) for limitante: começar suficientemente cedo para evitar uma degradação rápida das reservas do solo, continuando a regar em função do balanço hídrico e utilizando o melhor possível o débito disponível durante o período mais sensível (normalmente Junho, Julho e Agosto);
· se o recurso água for abundante: seguir um balanço hídrico e evitar dotações excessivas, prestando atenção ao estado hídrico do solo.
· Acompanhar o evoluir do estado hídrico do solo através de medições por tensiómetros ou outros medidores de humidade do solo;
· Aplicar em cada rega quantidades de água ligeiramente inferiores aquelas que o solo é capaz de armazenar. Deste modo, evitam-se as perdas por drenagem e escorrimento;
· Adaptar o ritmo de dotação-frequência das regas ao débito disponível, às condições climáticas verificadas, e à contribuição da água proveniente do solo (balanço hídrico, sistema de avisos local).
· Quantificar e gerir convenientemente as quantidades de água aplicadas, dominando todas as regulações e controlos do equipamento e material de rega;
· Procurar a melhor disposição dos equipamentos e adequar as suas regulações, de modo a garantir a melhor uniformidade possível na distribuição de água à parcela;
· Determinar a paragem da rega de acordo com o estado fisiológico da planta (no geral, maturação fisiológica ou “ponto negro”), das reservas de água existentes no solo e das necessidades de preparação da cultura que se seguirá ao milho;
· Ter em conta o impacto da rega sobre a fertilização e sobre o solo (ver capítulo da Fertilização Azotada);
· Tomar em consideração a interacção entre rega e o risco de salinização do solo, em condicionalismos a isso propícios.
3. PRÁTICAS A EVITAR:
· Evitar regar de forma sistemática, conduzindo a desperdícios de água, sem ter em conta a disponibilidade do recurso, os conselhos técnicos de especialistas, o sistema de avisos, a informação meteorológica e o estado hídrico do solo;
· Evitar aplicar quantitativos excessivos, não adaptados ao solo e à dotação de rega calculada, originando perdas por drenagem e escorrimento superficial;
· Evitar aplicar quantidades insuficientes, que podem causar “stress” hídrico e consequentes baixas de produção;
Em Portugal, a cultura do milho não sofre, de uma forma geral, grandes problemas fitossanitários que tornariam obrigatória uma protecção sistemática, excepção feita ao controlo das infestantes. A protecção fitossanitária integrada, prosseguida através da conjugação dos diferentes métodos de luta, culturais, biológicos e químicos, é uma prática corrente e uma filosofia a encorajar fortemente.
Na esmagadora maioria da área cultivada em Portugal, a protecção fitossanitária limita-se ao tratamento de sementes, à desinfecção do solo e ao combate às infestantes.
As intervenções devem ser planeadas em função do risco e da quantificação da relação custo-benefício.
Antes de ser efectuado o tratamento, o produtor de milho deve ter em consideração a relação entre o custo do tratamento e a diminuição de rendimento provocada pelo agressor. O conhecimento desta relação pode permitir, por um lado, reduzir os custos de produção e, por outro, limitar o número de tratamentos reduzindo os possíveis riscos de impacto negativos sobre o ambiente.
Para ajudar o agricultor nas suas decisões de intervenção em matéria de protecção fitossanitária do milho, estão disponíveis várias ferramentas:
· Estações de avisos;
· Armadilhas sexuais para alguns agressores (sesamia, por exemplo);
· Limiares de intervenção baseados no tamanho da população agressora ou no número de folhas a proteger;
· Análises de solo (para nemátodos).
Numa perspectiva de racionalização, deve prestar-se particular atenção às possibilidades oferecidas pela genética (variedades resistentes), sem nunca negligenciar as medidas preventivas (rotação das culturas, trituração e incorporação no solo dos caules afectados, cuidados com as parcelas vizinhas, etc....), sublinhando-se que a venda de produtos fitossanitários está apenas autorizada para os fins homologados. Quaisquer outras utilizações são interditas.
A leitura do rótulo, o cumprimento das instruções aí contidas, acompanhada por uma adequada utilização dos produtos fitossanitários, ajuda a limitar os riscos de poluição.
2. RECOMENDAÇÕES GERAIS:
· Fazer uma revisão aos pulverizadores antes do início de cada campanha;
· Antes de cada tratamento, verificar o funcionamento do aparelho e regulá-lo correctamente;
· Seguir as instruções das etiquetas dos produtos fitossanitários e tomar em consideração todas as informações técnicas que acompanham o produto;
· Preparar apenas o volume de calda necessário ao tratamento que se vai efectuar;
· Evitar entornar líquido dos depósitos do pulverizador;
· Proteger os pontos de água próximos do local de preparação do tratamento, contra derramamentos acidentais do produto ou da calda (uso de dispositivos e equipamentos de segurança, guardar distância suficiente e escolher um local onde os riscos são menores);
· Passar as embalagens dos produtos por água limpa, utilizando-a depois para encher o pulverizador;
· Evitar tratar perto de pontos de água (ribeiras, represas, fossas, etc....);
· Efectuar os tratamentos em períodos de pouco vento, evitando o arrastamento da calda para fora das parcelas a tratar;
· Diluir os resíduos da calda, pulverizá-los e passar por água o equipamento na parcela;
· Eliminar, correctamente, as embalagens e os produtos não utilizados.
Na cultura do milho é conveniente eliminar, o mais cedo possível, a concorrência das infestantes, para que não fiquem comprometidos os níveis de produtividade pretendidos. O combate às infestantes deve ainda ser eficaz, de modo a assegurar que estas não venham a servir de local de multiplicação de agentes de pragas e doenças.
Por outro lado, a presença de infestantes que se desenvolvam no final do ciclo produtivo do milho poderá trazer dificuldades à operação de colheita e, no caso da cultura se destinar a silagem, alterar a sua qualidade devido à toxicidade de certas espécies para os animais.
O respeito por práticas agronómicas simples e dirigidas (rotações, preparação do solo) permite, normalmente, diminuir a pressão das ervas indesejáveis.
A atrazina tem constituído a base do combate às infestantes da cultura do milho, devendo no entanto ser utilizada respeitando estritamente as dosagens recomendadas, em complemento de novas substâncias activas que têm surgido no mercado.
Há que prestar especial atenção ao efeito residual desta substância, que pode afectar outras culturas que se pretendam implantar após a saída do milho (nomeadamente hortícolas).
Em França, maior produtor de milho da Europa, foram detectados resíduos de atrazina superiores a 0,1 mg/l em águas subterrâneas. Neste contexto, foi proposto um código de boa utilização da atrazina para fins agrícolas que, pela sua aplicabilidade geral, iremos em parte citar:
· Nunca ultrapassar a dose máxima autorizada de 1 500 gramas de substância activa por hectare e por ano (3 kg de um produto formulado a 50%), seja numa só aplicação, seja no conjunto dos tratamentos fitossanitários;
· Reduzir as doses, sempre que possível: nomeadamente em parcelas pouco infestadas, ou partindo para combinações com outras substâncias activas em tratamentos de pré-emergência ou pós-emergência;
· As aplicações em pré-sementeira, incorporando a substância nos primeiros centímetros do solo são as preferíveis. Dado que a atrazina é bem fixada pelas argilas e pela matéria orgânica do solo, o seu arrastamento através de escorrimentos superficiais torna-se assim diminuto;
· Após a emergência do milho, tratar apenas depois da germinação das infestantes: em solos com teores elevados de matéria orgânica ou em terras francas, não compactadas, a atrazina pode ser aplicada quando as infestantes estão ainda pouco desenvolvidas. Em solos pesados, ou com inclinações acentuadas, os tratamentos devem ser realizados com as infestantes mais desenvolvidas, para que o produto seja eficazmente retido pela vegetação.
Os programas de tratamento contra as infestantes que associam à atrazina outras substâncias são essencialmente realizados em dois períodos:
· No período pré-emergência do milho: para lutar contra as dicotiledóneas sensíveis às triazinas e gramíneas estivais. As doses devem ser adaptadas em função do tipo de solo, da taxa de matéria orgânica e da flora habitual da parcela de milho. No caso de ocorrer uma Primavera húmida, este tratamento é normalmente suficiente para controlar a maior parte da flora infestante. Em qualquer caso, o tratamento pré-emergência facilita sempre a tarefa aos eventuais combates pós-emergência,
· No período pós-emergência do milho: podem ser necessários para controlar as dicotiledóneas resistentes às triazinas ou completar a acção sobre as gramíneas estivais. Normalmente, estes tratamentos pós-emergência destinam-se a controlar o que escapou à aplicação dos herbicidas de pré-emergência;
· Em casos de infestantes com emergências muito escalonadas, pode justificar-se mais do que um tratamento, sem nunca ultrapassar a dosagem máxima permitida (1.500 gramas de substância activa por hectare e por ano).
O aparecimento de novos produtos (sulfonilureias, tricetonas) tem permitido desenvolver novos conceitos de combate a infestantes baseados somente em tratamentos pós-emergência. Contudo, estas estratégias de combate necessitam de um grau elevado de conhecimentos técnicos: adaptação de produtos e doses em função das espécies presentes, do seu estado de desenvolvimento e das condições climáticas. Estes produtos não são totalmente neutros em relação ao milho: a sua selectividade, nomeadamente para as sulfonilureias, está dependente das condições climatéricas que, como sabemos, são dificilmente controláveis, antes, durante e após os tratamentos.
2. PRÁTICAS ACONSELHADAS:
1.1 Como regras gerais:
· Possuir um bom conhecimento da flora infestante habitual da parcela de milho, escolhendo os programas de tratamento adaptados a essa flora e, se possível, alterná-los;
· Se a cultura do milho for realizada perto de um curso de água ou de uma represa, deixar uma zona-tampão não tratada.
1.2 Técnicas culturais antes da sementeira:
· Destruir as adventícias anuais através do trabalho de preparação de solo;
· Se as infestantes germinarem antes da sementeira do milho, nomeadamente as vivazes, aplicar herbicidas totais de fraca persistência ainda antes do início das operações de preparação do solo.
1.3 Tratamentos em pré-emergência do milho (antes ou após a sementeira):
· Escolher preferencialmente produtos que se apliquem em pré-sementeira e incorporá-los nas últimas passagens de preparação do solo antes da sementeira;
· Escolher produtos antigramíneas de pré-emergência em função da sua acção sobre as dicotiledóneas sensíveis às triazinas;
· Adaptar as doses de produtos a aplicar em função do teor de matéria orgânica e da textura do solo;
1.4 Tratamentos em pós-emergência do milho e das infestantes:
· Escolher os produtos e as doses a aplicar em função das espécies presentes e da sua fase de desenvolvimento;
· Intervir sobre as infestantes tomando como referência a mais difícil de destruir;
· Escolher, de acordo com as condições de eficácia do produto, o período mais propício ao tratamento;
· No caso de infestações bem localizadas na parcela, limitar os tratamentos às zonas afectadas.
3. PRÁTICAS A EVITAR:
· Evitar tratar sistematicamente, ou com um produto de largo espectro de acção, sem se preocupar com as espécies a eliminar;
· Evitar tratar de forma idêntica todas as parcelas;
· Não respeitar as instruções de uso dos produtos (doses e condições de aplicação);
· Evitar realizar tratamentos muito tardios, com as infestantes adventícias já desenvolvidas.
A luta preventiva, nomeadamente o esmagamento, trituração e enterramento dos caules após a colheita, reduz sensivelmente o nível de risco de ataque no ano seguinte, tanto na própria parcela, como nas parcelas vizinhas ocupadas com milho. É um elemento a tomar em consideração.
Numa cultura de Primavera-Verão como o milho, as espécies auxiliares têm um papel fundamental no controlo de certas pragas. A escolha dos insecticidas a empregar deve, obrigatoriamente, respeitar os insectos auxiliares.
Os estragos provocados pelas pragas podem ser significativos, logo, é preciso desencadear tratamentos nos casos da cultura se encontrar em perigo. No entanto, a planta de milho é capaz de tolerar níveis de ataque não desprezíveis. A luta contra as pragas não deve ser, por isso, aplicada de uma forma sistemática, tanto mais que estão estabelecidos limiares de intervenção para quase todas as pragas. É possível realizar economias substanciais se forem eliminados tratamentos inúteis.
Um sistema de avisos local que tenha em conta o desenvolvimento, o estádio e a progressão dos insectos, permite determinar correctamente as datas de tratamento e, muitas vezes, limitá-los a uma só aplicação.
2. PRÁTICAS ACONSELHADAS:
· Ter em conta o histórico da parcela e as condicionantes da cultura;
· Semear o milho quando as condições ou previsões climáticas são favoráveis, pois os riscos de ataques diminuem;
· Nos tratamentos de solo, tratar apenas as parcelas onde existe reconhecidamente um elevado risco de ataque. Para além da clássica distribuição de microgranulados localizados, difunde-se hoje a tecnologia das sementes tratadas;
· Para os insectos perfuradores dos caules (piral, sesamia, etc…), utilizar os métodos culturais preventivos para limitar o aumento das populações: esmagamento e/ou trituração dos caules após a colheita e posterior enterramento no solo, alargando esta prática às parcelas que estarão em pousio após a cultura do milho. Durante o desenvolvimento da cultura, deverá vigiar-se o início dos voos e só tratar quando o nível do ataque o justifica e de forma atempada. Se o tratamento for realizado numa fase adiantada do ataque é duvidosa a sua eficácia (nomeadamente no caso da sesamia);
· Para a piral, ter em conta as observações efectuadas na campanha anterior para avaliar o risco de ataque. Para a luta contra este insecto, devem ser preferidos os tratamentos biológicos: reguladores de crescimento de insectos, esporos de Beauveria, luta por leveduras (tricogramas). Em caso de emprego de insecticidas, deverão ser privilegiados produtos microgranulados;
· Para outros insectos, manter a cultura sob vigilância. A decisão de tratar deve depender da importância da população agressora, do nível de risco que um determinado agressor representa para a fase de desenvolvimento da cultura, das condições do meio e dos meios ao dispôr para o seu combate;
· Ler as instruções dos produtos a aplicar e respeitar as suas condições de utilização;
3. PRÁTICAS A EVITAR:
· Evitar tratar sistematicamente: o tratamento pode ser pouco eficaz. Assim, a fase tideal de aplicação e a escolha do produto variam consoante o agressor;
· Evitar tratar logo que aparecem os primeiros insectos ou as primeiras larvas: a população dos agressores pode não se desenvolver e o tratamento torna-se inútil.
A população agressora pode igualmente desenvolver-se numa fase mais tardia, e um primeiro tratamento falhado terá que ser seguido por um segundo.
Na cultura do milho, a luta contra as doenças passa, na maior parte dos casos, pela resistência genética, acompanhada de medidas de prevenção (destruição dos resíduos da cultura).
Em Portugal não se registam grandes prejuízos ao nível dos problemas fitossanitários causados por doenças. Há, no entanto, que destacar, pela sua maior disseminação, o carvão da inflorescências, a helmintosporiose e as fusarioses. Mais pontualmente, têm vindo a ocorrer infecções de ferrugens e ultimamente, com sintomas semelhantes à fusariose, identificaram-se prejuízos causados por “cephalosporum sp.”
2. PRÁTICAS ACONSELHADAS:
· Utilizar variedades resistentes e tratamentos de semente em variedades mais susceptíveis;
· Em caso de ataque, tratar apenas quando os limiares de infestação são atingidos;
· Triturar os resíduos da colheita e proceder ao seu enterramento com uma lavoura;
3. PRÁTICAS A EVITAR:
· Tratar sem ter em conta o nível de infestação;